sexta-feira, 27 de abril de 2012

Yom Haatzmaut




Na quarta-feira, às 11 horas, uma sirene de dois minutos soou por todo o país para marcar o Dia Memorial, seguido por cerimônias em 43 cemitérios militares de Israel.


Chag Haatzmaut

Foi há 64 anos, mas parece que foi ontem, as cadeiras vieram emprestadas de cafés vizinhos, os microfones de um empório musical, e dois carpinteiros chamados às pressas ergueram o palco de madeira. 

O retrato de Theodor Herzl (a mais nobre das homenagens, em minha opinião)  foi colocado na parede em posição de destaque, com duas bandeiras gigantes mostrando a estrela de Davi (símbolo do povo judeu).


Os convites para a reunião já tinham sido impressos de véspera, mas só foram distribuídos na manhã do evento, acompanhados de um pedido de segredo. Ali, no Museu Nacional de Tel Aviv, na presença dos 250 convidados,  a história de Israel seria reescrita.

Poucas horas depois do Mandato Britânico na Palestina ter se encerrado, o local virou palco da mais importante cerimônia de Israel, depois de 1878 anos de espera.

O porta voz do Cerimonial David Ben Gurion leu em voz alta (E talvez acompanhada de certa emoção), a Declaração de  Independência do Estado de Israel.


"A cerimônia, transmitida pela Kol Yisrael, "a voz de Israel", tornada rádio oficial do novo estado sionista, provocou uma explosão incontida na população hebraica em todos os lugares da Palestina. Enquanto dentro do Museu Nacional de Tel-Aviv o público, emocionado, entoava a plenos pulmões o hino Hatikvah"

A multidão que cercava o local festou com alegria enquanto a resposta árabe estava sendo elaborada para o dia seguinte. 









 
A Guerra de Libertação durou pouco mais de um ano e Israel saiu vitorioso com a ajuda da Haganah.












Mas a corrida contra o tempo, batalha travada nos anos anteriores e legitimada pela declaração de Balfourd  (1917), não pois fim ao sonho de Herzl, nem a Hatikva (Esperança) do povo judeu de uma pátria em solo judeu.  




O apoio da Agência Judaica, os prós de alguns países e contra de outros, as investidas árabes e toda a burocracia que atrasava o processo de Partilha, definiu os sentimentos e acirrou a campanha a favor da criação do Estado judeu na Palestina.

Nos momentos decisivos, contatado por telefone em Nova York, Chaim Weizmann, chefe da Agência Judaica, declarou: “Proclamem o Estado, não importa o que aconteça!”

 
Assim nasceu o Estado de Israel em 14 de maio de 1948, em meio a guerras e projetos de segurança, retomando cidades e criando espaço físico para os judeus e refugiados que chegavam e chegariam ao longo dos anos  seguintes.













Hoje, olhando pela Internet e através das notícias no Haaretz e demais jornais de Israel e do mundo, o cerimonial com chefe de Estado e o Primeiro Ministro e todos os israelenses, e toda a alegria, 


 
e a bandeira nacional como símbolo de soberania fincada em todas as praças e rodovias e enfeitando casas, achamos tudo muito bonito e muito fácil.








Mas foi um processo longo e árduo para os pioneiros, transformar um pequeno pedaço de terra e manter a liberdade e com um agravante: contrariando parte do mundo existente. 

Hoje, de posse do território dado ao patriarca Avrahan, (ou pelo menos parte dele) Israel resurge no panorama global como uma imponente e próspera nação.


Mas olhando para o passado, para os Pioneiros, sentimos que temos uma dívida eterna àqueles que deram tudo de si para fincar raízes no solo judeu, foram eternos dias de labor, suor e sangue. A eles e seus descendentes dizemos de todo coração: Todah Raba!
 


Hoje comemoramos não como apenas uma festa judaica, não porque é um feriado para estar com a família, e que muitos israelenses fizeram piquenique, churrasco e lazer no Gan Independence, e outros que passearam e se divertiram nas praias ou em casa. Não!


Comemoramos porque fazemos parte de algo, que outrora era apenas um sonho, mas hoje é real. “Ontem” era uma ideia a ser discutida, elaborada, contrariada... guerreada... Hoje, se cumpri a letra do hino nacional: “nossas esperanças não estão perdidas...”  







Talvez hoje, como em toda História do povo judeu, e por causa de todos os conflitos e limitações que nos são impostas, não podemos afirmar que estamos vivendo plenamente nosso sonho, mas certamente hoje, podem afirmar nosso Haatzmaut  na “terra de Tzion e Yerushalaim”





Marion Vaz



Em 17 de Maio de 1948, Chaim Weizmann foi eleito Presidente do Conselho provisório e em 16 de fevereiro de 1949 (ou 17 de fevereiro), foi eleito como o primeiro presidente de Israel. Weizmann morreu em 9 de novembro de 1952









Fonte:  http://veja.abril.com.br/historia/israel/especial-capa-independencia-israel.shtml
http://www.haaretz.com/news/

 

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