sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Síndrome de Jerusalém



                         
    


Israel recebe milhares de turistas todos os anos. Sem dúvida, muitos destes chegam às cidades com seus corações repletos de ansiedade e se sente reconfortados ao relembrar em cada momento e a cada ponto turístico, parte da história bíblica. Os guias locais fazem referência de fatos e personagens que ao longo dos anos ganharam destaque por seus feitos e devoção. Quem não gostaria de andar por caminhos por onde Abraão, Jacó, Josué e outros andaram? Sem falar que ver de perto por onde Jesus andou faz qualquer cristão criar em sua imaginação, uma ligação profunda com o ambiente.






Apesar de todo desenvolvimento e progresso, presente em todo país, Israel guarda uma memória histórica e espiritual, preservando os lugares sagrados para judeus, cristãos e mulçumanos. Uma verdadeira viagem no tempo para todos os fieis, visitantes, arqueólogos e estudiosos dos textos bíblicos.

Uma reportagem recente adverte quanto a Síndrome de Jerusalém, e diz que o fenômeno ocorre quanto alguém chega à cidade. Muitos destes turistas já desembarcam com seus corações alegres e cheios de expectativa. Ao deparar com lugares que remontam a história bíblica sentem aflorar com mais vigor a religiosidade e outros despertam para uma nova “missão”. Eles literalmente “surtam” e dependendo da gravidade, alguns chegam a ser hospitalizados. 

A Síndrome de Jerusalém não acontece com todos os turistas e podemos avaliar que não é só em Jerusalém. Dependendo do estado psicológico da pessoa pode acontecer em outros lugares com contexto bíblico e outros países também. Mas geralmente, é na capital do país que alguns visitantes surtam e outros chegam a alegar ser o “messias” ou o “cristo”. Outros sofrem com problemas respiratórios e ausência de memória. O choro descontrolado pode ser o indício de que algo está errado, assim como tremores no corpo e respiração ofegante.  Talvez seja mesmo aquela emoção de ver a cidade mais de perto, as grandes e imponentes  muralhas, suas ruas e lugares sagrados, que desencadeia essa “histeria”.

Clinicamente, existem três tipos distintos da síndrome:
  • Tipo I ou síndrome de Jerusalém infligida por uma desordem psicótica prévia: quando afeta indivíduos que já foram previamente afetados com alguma doença psiquiátrica antes de visitarem Jerusalém.
  • Tipo II ou síndrome de Jerusalém superposta e complicada por ideias idiossincráticas: não apresenta necessariamente a forma de um transtorno mental, podendo ser apenas caracterizada por uma obsessão cultural.
  • Tipo III ou síndrome de Jerusalém como uma forma discreta, não composta por transtorno mental preexistente: esta é a forma mais conhecida da síndrome, na qual o indivíduo sempre se apresentou mentalmente equilibrado, até a sua chegada à cidade de Jerusalém. A psicose é caracteriza-se por intensa religiosidade, desaparecendo por completo após alguns que o indivíduo fica afastado da cidade em questão. Dentre as manifestações clínicas estão ansiedade, nervosismo, tensão, desejo de isolar-se, necessidade de apresentar-se limpo e puro, necessidade de declarar salmos ou versículos da bíblia, especialmente em lugares sagrados, bem como participar de procissões ou marchas para locais sagrados de Jerusalém.



Ano passado a cidade recebeu cerca de 3,4 milhões de turistas e o número de pessoas que apresentam a doença não chega a ser um problema para a Segurança ou o Turismo. Sem dúvida, é difícil conter as lágrimas, a satisfação de ver um sonho realizado. Não existe uma só pessoa que não alimente a ideia de viajar para Israel. Cada pessoa religiosa tem essa “necessidade” de ver de perto os lugares e cidades mencionadas na Bíblia. Comunidades, Igrejas e grupos particulares fazem suas propostas a Agências de Turismo e marcam a viagem. As centenas, aos milhares, eles chegam a Israel, no aeroporto de Tel Aviv ou por terra atravessando o deserto, todos vêm com um desejo, uma missão realista e emocionante de ver de perto uma terra abençoada e abençoadora.

Marion Vaz

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